Os que trazem a tarde
a estrebuchar rosas,
pela trela,
como um cão,
e põem rosas nas janelas,
nos sorrisos que nos dão.
Os que amassam flores
no pão dos pobres
Os que mascaram de rosas
o não
Os que aos Domingos
dão às crianças
um tostão
Os que têm ninhos
de andorinhas
nos beirais
e chicotes
nos dedos,
sub-reptícias gestapos caiadas
do livor
dos degredos
Os que roubam estrelas
aos olhos da gente para vendê-las
à socapa
Os que instalam
alto-falantes de riso
na mágoa salina
das costas curvadas,
no grito preciso
das raivas sangradas
Os que nos matam de rosas
às punhaladas.
a estrebuchar rosas,
pela trela,
como um cão,
e põem rosas nas janelas,
nos sorrisos que nos dão.
Os que amassam flores
no pão dos pobres
Os que mascaram de rosas
o não
Os que aos Domingos
dão às crianças
um tostão
Os que têm ninhos
de andorinhas
nos beirais
e chicotes
nos dedos,
sub-reptícias gestapos caiadas
do livor
dos degredos
Os que roubam estrelas
aos olhos da gente para vendê-las
à socapa
Os que instalam
alto-falantes de riso
na mágoa salina
das costas curvadas,
no grito preciso
das raivas sangradas
Os que nos matam de rosas
às punhaladas.
Luísa Ducla Soares
In De Palavra em Punho – Antologia Poética da Resistência – De Fernando Pessoa ao 25 de Abril, org. José Fanha, ed. Campo das Letras
Como sempre muito bom! Parabéns pela selecção de poemas, no feminino!
ResponderEliminar