Era uma vez alguém
Que miserável
Só se lembrava do que não
devia
De repente, a separação
entre as coisas
Tornou-se uma ténue linha
Apenas conceptualmente
exigente
O eco das palavras ditas
São assim, chicotadas no
seu não frágil corpo
Ou melhor, das ouvidas
Da comparação com os
fantasmas
(que ofensa é muito feio)
Que hão-de habitar ainda
por mais tempo
A sua não frágil mente
Era uma vez alguém
Que se lembrava da voz
“Sê consequente!”
Ou melhor, lembrar não
lembrava
Que afirmação essa
era quadro fixo na
decoração do seu pensamento.
Bárbara Bardas
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