30/12/12

Escrita Automática III

Era uma vez alguém
Que miserável
Só se lembrava do que não devia

De repente, a separação entre as coisas
Tornou-se uma ténue linha
Apenas conceptualmente exigente

O eco das palavras ditas
São assim, chicotadas no seu não frágil corpo

Ou melhor, das ouvidas
Da comparação com os fantasmas
(que ofensa é muito feio)
Que hão-de habitar ainda por mais tempo
A sua não frágil mente

Era uma vez alguém
Que se lembrava da voz
“Sê consequente!”

Ou melhor, lembrar não lembrava
Que afirmação essa
era quadro fixo na decoração do seu pensamento.

Bárbara Bardas

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