27/12/12

Escrita Automática II

Era uma vez alguém
Que ao invés de seguir com o que queria
(ou com o que pensava que queria)
Que arranjar justificações arranjava
Para nada fazer (?)
E para se desbaratinar
Entre lagos de aconchegos
De lucidez parca

De pardas lamentações
Torceres e contorceres patéticos
Cacos estilhaçados e provocados

Que agora toma!
Apanha-os!

Vê lá se consegues agora
Galgar, admoestar o prazer que antes sentias
Em ser hercúlea, sentir um agradozinho em ultrapassar todas as aflições
Do cabo dos trinta.

É disso que se trata, não é?
A arrogância, a prepotência como arma de arremesso
Contra tudo e contra todos
em saltar de dia em dia
Em alvoroços funestos diários

E lembra-te:

“A dor que se encrava em nós
pode não ser voluntária”

“Pode”.

Bárbara Bardas

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