20/03/12

QUE RIO VEM FORÇAR A ENTRADA DESTA CASA?

falo a fio de solidões urdidas de silêncios.
permitam que vos diga de como expurgada
me retomo diariamente na cidade.         e porque
repiso ainda estas exactas propostas pisadas
e porque não servem as palavras este desafio.

repto de que passos na pele por onde
não irrompem apaziguadas manhãs.    de que
águas por sorver sem eu ter sede agora.

de monólogo que necessariamente em mim recai
com a língua árdua de cigarros sobrepostos
enquanto a memória não cede.            enquanto se projecta.

digo: que rio vem forçar a entrada desta casa?


Wanda Ramos
in A JOVEM POESIA PORTUGUESA/1, ED. LIMIAR

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