A dor que se encrava em nós
Pode não ser voluntária
A nossa capacidade de auto-perdão
Fica aquém daquilo que podemos transformar
Os anos que decorrem não contribuem
Para minorar a dor
não fazem senão adensá-la
Aquilo que não depende de nós
mesmo que queiramos
Com força arranjar medidas de salvação
Ficam presas nas teias daquilo que, por um lado,
Não compreendemos como acontecem, e por outro lado,
Na obrigatória conformação dos factos.
A dor revela-se uma marca em ti
a chave dos teus dias cinzentos
acresce àquilo que acontece
um ténue invólucro de peso
A culpa de ti lutador crispa-se em frustração
daquilo que tu queres aliviar
que te atinge a ti por segunda via
e que te atinge a ti por força de quem afecta
O saber alivia a dor
(tu não provocaste a avalanche)
Ela acontece por probabilidade (atingiu-te a ti)
És o escolhido para ganhar percepção acerca...
A experiência traz conhecimento, quem te dera não
Saber que caminhos da dor existem - se tivessem
Sido ultrapassados, aí talvez.
Mas aquela dor que não se ultrapassa...
É preferível não ter dela experiência.
B.B. Pásion
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