Um dia eu te direi o nome
do silêncio
o pronome da cólera
Esta chuva destrói a cor
dos nossos olhos
Eu te direi a luz do
sussurro do vento
aberto na boca
É preciso ensinar as
palavras
com paciência
guiá-las docemente são crianças
grávidas e serenas
Um dia eu te direi a face
do papel
onde erguerei a casa
o jardim fecundado
pela gota de sangue
Eu te direi como a
ternura quebra
o fósforo se esvai
Maria Alberta Menéres
20 Anos de Poesia
portuguesa, Círculo de Poesia Moraes Editores
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