15/02/13

Escrita Automática VI


Era uma vez uma terra
Muito distante que ficava                       lá              lá               longe
Onde o mundo terminava e
Um outro começava

Era uma vez uma terra
Onde os apaixonados afluíam
Com visões quentes
Do novo mundo

Era uma vez uma terra
Onde os apaixonados não viam
crias a nascer
Porém muitos viam a dar-se à terra

Era o Paulinho a desaparecer no rio,
Eram os enforcados, e os envenenados
Eram os destruidores maxilo-faciais

Era uma vez uma terra
Onde os apaixonados cravavam
A sua força numa terra estéril
Onde a aplicação da alavanca deles
Era tão brava que os remos
Do barco que comandavam
Crispavam-se na terra
Até esta se tornar em líquido navegável

Pó/Espuma
Espuma/pó

A eterna antítese                     lá             lá             longe
Numa terra (que em muitas vezes que era)
Onde não só o tempo não passou como não existiu.

Só o espaço
E as fotografias do Zambrano

Bárbara Bardas

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