Era uma vez o cavalo Sardento.
Formoso, assim era, pois ao local que habitava fazia jus, tal como a maioria dos outros animais.
O Sardento pediu que lhe entregassem uma Carta à sua amiga do mar Safia.
Como o Sardento ainda não aprendera a nadar, cavalgou até à vaza procurando o caranguejo Boca Cava-Terra.
- “Não te preocupes que quando a maré encher eu trato disso” – respondeu o Boca Cava-Terra.
O que o Boca Cava-Terra não se lembrou foi que as Safias moravam no mar e não logo ali onde a ria chega à areia.
Não sendo ele um nadador por aí além, calculou ele que por ar podia a entrega ser muito mais rápida, se para isso ele arranjasse um expedidor.
Olhando para cima, acenou com a sua desproporcional pata esquerda para a Gaivota Marisca: -“Preciso da tua ajuda, entrega-me uma Carta”.
Esta, que muito gostava de todas as famílias de caranguejos do sapal disse-lhe: -“Tu está descansado que vou investigar todo este mar até encontrar Safia”.
Assim foi, Marisca, voando para ali, voando para aqui, conseguiu ao final da tarde encontrar Safia para lhe entregar o Peixe-Carta.
Safia ficou espantada por receber tão inusitada companhia.
Ficou ela a pensar no porquê de ter recebido tamanha encomenda.
Dos peixes, crustáceos e aves que conhecia, ficou ela a imaginar quem seria o remetente da Carta, e que esse daquelas paragens não deveria ser.
Olhou para o Peixe-Carta e sem querer conhecer a resposta perguntou-lhe: - “Vamos nadar?”
Bárbara Bardas
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