Há um corpo que cai. Na terra, onde se dilui com a água, correspondendo ao espasmo gravitacional que o choque produz. A física nunca nos deixa com falta de espanto pela sua irremediável certeza. São leis criadas pela cadência do fôlego vital. E o corpo retrai-se em forma circular, a forma perfeita que define as curvas do tempo. Membro a membro. Poro a poro. O inominável nome do corpo respira num ritmo regular, tal como se de regularidade fosse feita a sua extensão. O corpo não se deixa cair apenas pela força da gravidade. Também se deixa cair pela vontade. Para depois se levantar. E caminhar. Passo a passo.
Ângela Ribeiro